segunda-feira, 20 de abril de 2009

BASES NEUROFISIOLÓGICAS DA LEITURA DISLÉXICA

No site de Fonoaudiologia de Heloísa Miguens Araújo  encontrei o seguinte texto que fala sobre este tão delicado assunto da dislexia:

"BASES NEUROFISIOLÓGICAS DA LEITURA DISLÉXICA

"Qual o processo neurofisiológico da leitura? Que estruturas do cérebro estão ativadas quando uma criança aprende a ler? Quais métodos usados são mais compatíveis com a forma com que o cérebro funciona?
Quando é a melhor época para o início da alfabetização?
Ler é uma função do cérebro, própria da espécie humana. É um instrumento que nos permite comunicar com os falantes da mesma forma que a língua. Nos permite adquirir um vasto conhecimento. Enriquece o homem, colabora na abstração.
Ler significa reconhecer visual e fonologicamente uma palavra, uma frase e um texto. São necessários inteligência, memória, habilidades perceptivas e conhecimento da linguagem.
O ato de ler envolve 4 processadores: o processador ortográfico que diz respeito à maneira de escrever as palavras; o processador de palavras refere-se ao sentido de uma palavra; o processador fonológico refere-se à unidade menor que forma uma sílaba ou uma palavra; e o processador de contexto que se refere à sintaxe, ao papel de cada palavra numa frase, formando uma estrutura com um significado maior que a palavra, desenvolve noções lingüística e regras gramaticais.
A leitura tem a função comunicativa, informativa, de pesquisa, expressiva, estética, diversão e outras. Bons leitores reconhecem a palavra automática e rapidamente, focalizam a atenção no significado, têm memória e velocidade. Apresentam ainda a capacidade de escrever corretamente. Estudos mostram que hábeis leitores não necessitam mais do processador fonológico para entender o significado de uma palavra escrita. Assim como mostram também hábeis leitores que utilizam o processador fonológico das palavras que lêem.
Ao contrário, maus leitores apresentam dificuldades nos processadores visuais e/ou auditivos, cometendo distorções, inversões, trocas e omissões, as chamadas dislexias. Estudos mostraram, conforme os tipos de dislexia, lesões nas áreas, occipital, temporal ou ainda parietal.
BASES NEUROLÓGICAS DA HABILIDADE DA LEITURA
Pesquisas em aparelhos de ressonância magnética funcional e de PET mostraram que a palavra escrita é registrada na forma visual, no lobo occipital. É ligada depois à forma auditiva, situada no gyro angular, área temporal, especificamente área de Wernick; a atividade passa então para a área de Broca, pelas fibras de fascículo (arcuate fasciculus). Numa leitura em voz alta os sinais são enviados da área de Broca para o córtex motor primário que controla os movimentos de lábio, língua, palato, etc.
O lobo temporal esquerdo (área de Wernick) parece ser o responsável pelo processamento fonológico. O disléxico apresenta uma atividade diminuída no córtex estriado, gyro angular e área de Wrnicke e maior ativação da área de Broca. O comprometimento da região occipital produz dificuldades na leitura de palavras visuais (conserto/coberto, bola/pola, dedo/bedo, etc). Semanticamente e sintaticamente (Broca).
Definir palavras ativa a região do lobo frontal esquerdo. O processamento auditivo e fonológico ativa a região temporal esquerda e córtex parietal inferior.
Os neurocientistas identificaram 3 áreas associadas aos processamentos ortográfico, fonológico e semântico, sintático.
O processamento ortográfico ativa o córtex visual e estriado.
O processamento fonológico ativa o gyro angular superior do lobo temporal.
O processamento semântico e sintático ativa a área de Broca, lobo frontal e lobo temporal medial
Ler envolve então anatomicamente a área primária visual, o córtex extratriado, gyro angular esquerdo, lobo temporal esquerdo médio e superior, área de Broca, área motora primária e área frontal esquerda.
Dessa forma vemos que ler requer uma certa maturação das estruturas corticais. É necessário que a criança seja exposta a um volume de palavras no sentido de vocabulário e tenha um certo desenvolvimento auditivo e fonológico para sua aprendizagem. As crianças não nascem com esses conhecimentos. Vocabulário e conhecimento fonológico são aprendidos e quanto mais alto for o nível cultural e social do meio, tanto maior será essa maturação. Requer um certo tempo para que a criança adquira conhecimento das letras, da língua e do mundo dos sons.
Esses conhecimentos precisam formar um certo corpo neural. Grupos de sinapses em diferentes conexões formam assembléias neuronais, nas áreas específicas que depois se comunicam com as outras áreas vizinhas formando cadeias secundárias de processamentos neurais. Estes processos são dependentes de repetidos encontros de neurônios pela mesma espécie de estímulos.
Dessa forma, vemos que a idade não é a questão fundamental para o início da alfabetização, mas, sim, um certo amadurecimento fonológico e semântico, bem como interesse da criança. Isto ocorre entre as idades de 4-5-6 anos.
Vimos que o amadurecimento se dá conforme as várias oportunidades de exposição da criança a estes estímulos. Da mesma forma que proporcionando estes estímulos, ajudamos o cérebro a se desenvolver.
O reforço ou a formação de assembléias neuronais e áreas específicas depende da quantidade de “mesma espécie de estímulos”, reforçando a tese de que o cérebro aprende pela repetição.
Reforçar cada área específica significa reforçar o número de estímulos da mesma espécie e classe. Conforme o cérebro se desenvolve, parece mais compatível o ensino das pequenas unidades específicas, ou seja: fonemas e sílabas. Na seqüência, palavras e depois frases. Aliás, é assim também que se desenvolvem a fala e a linguagem da criança. É dessa forma que o cérebro funciona.
Quando se ensina um fonema ou uma sílaba, estamos estimulando e ativando especificamente área primária visual e área primária auditiva.
Ativamos córtex auditivo e córtex visual. É importante ter em mente a quantidade de repetição de estímulos para se formar uma unidade neurológica. Fixar e reforçar as sinapses dos neurônios dessa área. Formando palavras, estamos ativando área primária visual, área primária auditiva, área de Wernick e área de Broca. A memória ativa área frontal; a verbalização ativa a área frontal e córtex motor. Estaremos envolvendo todo o cérebro. Estaremos estimulando cada área especificamente e o cérebro nestas principais áreas envolvidas com a leitura. Envolvendo todas as áreas na mesma função, estaremos desenvolvendo bons leitores, minimizando a interferência de alguma área menos otimizada. Evitaremos o mau processamento, no caso a dislexia. Por último ensinaríamos a sentença, a sintaxe, posto que a semântica já é estimulada na aprendizagem da leitura de palavras.
Esta parece ser a forma de ensinar a leitura, que é mais compatível com a forma como o cérebro trabalha. Contrariamente, a forma como tem sido feita atualmente, utiliza-se o processador de contexto tem causado muitas dificuldades na aprendizagem da leitura, produzindo disléxicos e maus leitores."



Fonte: http://usuarios.uninet.com.br/~hmiguens/bases_neurofisiologicas_leitura.htm

Extraído do Blog Revistinha Ria

Inteligente e criativa esta piada que encontrei no Blog Ria. Não é fácil trabalhar com o Humor e ainda mais um humor assim: nobre, elevado transformando um assunto tão polêmico em ato intelectual e altruístico. Vale a pena conferir...

PIADA: Para aplaudir de pé


Sentar ao lado de um negro???


Eu!!!!! Sentar ao lado de um negro?

Uma mulher branca, de aproximadamente 50 anos, chegou ao seu lugar na classe econômica e viu que estava ao lado de um passageiro negro.

Visivelmente perturbada, chamou a comissária de bordo.

-Qual o problema, senhora?- pergunta uma comissária.

-Não está vendo? - respondeu a senhora

- Vocês me colocaram ao lado de um negro. Não posso ficar aqui.

Você precisa me dar outra cadeira.

-Por favor, acalme-se - disse a aeromoça - infelizmente, todos

os lugares estão ocupados. Porém, vou ver se ainda

temos algum disponível.

A comissária se afasta e volta alguns minutos depois.

-Senhora, como eu disse, não há nenhum outro lugar

livre na classe econômica. Falei com o comandante e ele confirmou.

Temos apenas um lugar na primeira classe. - E antes que a mulher fizesse algum comentário, a comissária continua:

-Veja, é incomum que a nossa companhia permita à um passageiro da classe econômica se assentar na primeira classe. Porém, tendo em vista as

circunstâncias, o comandante pensa que seria escandaloso obrigar um passageiro a viajar ao lado de uma pessoa desagradável.

E, dirigindo-se ao senhor negro, a comissária prosseguiu:

-Portanto, senhor, caso queira, por favor, pegue a sua bagagem de mão, pois para o senhor há um lugar na primeira classe...

E todos os passageiros próximos, que, estupefatos, assistiam à cena, começaram a aplaudir, alguns de pé.

Fonte: http://blogs.abril.com.br/ria

domingo, 19 de abril de 2009

DISLEXIA

A Dislexia é algo que preocupa mestres, pais e alunos na grande maioria das Escolas do Brasil. Muita gente não sabe nada sobre este distubio e sofre-se muito nas escolas tentando lidar com este problema tão delicado no processo de aprendizagem da leitura e da escrita. De acordo com uma matéria publicada no Portal do Professor, a "Dislexia não compromete a inteligência dos estudantes" desde que alguns pontos sobre o disturbio sejam observados e tratados logo. 
Abaixo segue alguns desses pontos sobre a Dislexia que tanto pais quanto profissionais da educação devem observar assim como os próprios estudantes:
1) O que é Dislexia?
DISLEXIA = É UM DISTURBIO OU TRANSTORNO DE APRENDIZAGEM NA ÁREA DE LEITURA, ESCRITA E SOLETRAÇÃO, É GENÉTICA E HEREDITÁRIA E ATINGE CERCA DE 5% A 17% DA POPULAÇÃO MUNDIAL. 
 2) O que diz a ABD (Associação Internacional de Dislexia) sobre a DISLEXIA?
a) É UMA DAS VÁRIAS E DISTINTAS INABILIDADES DE APRENDIZAGEM.
b) É UMA DESORDEM ESPECIFICA DA LINGUAGEM, DE ORIGEM CONSTITUCIONAL E CARACTERIZADA POR DIFICULDADES NA DECODIFICAÇÃO DE PALAVRAS ISOLADAS.
3) Como saber se o aluno apresenta um quadro de dislexia?
IDENTIFICA-SE OS CASOS DE DISLEXIA QUANDO OS ESTUDANTES APESAR DA EXTREMA DIFICULDADE NA APRENDIZAGEM DA LEITURA E DA ESCRITA, APRESENTAM PELO MENOS INTELIGÊNCIA MÉDIA E AUSÊNCIA DE PROBLEMAS GERAIS DE APRENDIZAGEM.
 4) As DIFICULDADES DE LEITURA não devem estar associadas a fatores tais como:

a) Deficiências sensoriais não tratadas;
b) Desvantagem socioeconômica;
c) Problemas emocionais;
d) Oportunidades educacionais inadequadas;
e) Faltas freqüentes à escola. 
 5) Quais as áreas de estudo para se ampliar o conhecimento sobre o assunto da Dislexia?

PSICOLOGIA COGNITIVA
PROCESSOS COGNITIVOS BÁSICOS
LINGUAGEM ESCRITA
RECONHECIMENTO DE PALAVRAS
DESENVOLVIMENTO DA LEITURA E DA ESCRITA
CONSTRUÇÃO DE MEDIDAS DE RECONHECIMENTOS DE PALAVRAS
DISLEXIA DO DESENVOLVIMENTO
PESQUISA PSICOLÓGICA
NEUROCIÊNCIA
OS AVANÇOS NA CIÊNCIA DA LEITURA
6) A Dislexia é exclusiva de culturas letradas?
A DISLEXIA É UM PROFUNDO DÉFICIT FONOLÓGICO QUE SE MANIFESTA - MAS NÃO EXCLUSIVAMENTE - NA LEITURA E NA ESCRITA, E PODE EXISTIR ATÉ MESMO EM CULTURAS NÃO LETRADAS.
7) Qual é o principal PROBLEMA DE LEITURA DOS DISLÉXICOS?

O VAGAROSO E IMPRECISO RECONHECIMENTO DE PALAVRAS.
DIFICULDADE NO PROCESSO DE DECODIFICAÇÃO FONOLÓGICA
DIFICULDADE DE TRANSFORMAR AS LETRAS E SEUS PADRÕES EM CÓDIGO FONOLÓGICO
Observação:  Esse código é que permite o acesso à pronúncia da palavra e também ao seu significado.
8) Como é o TRATAMENTO?
A dislexia, portanto, não compromete a inteligência e uma vez tratado, o disléxico pode vir a se destacar inclusive na carreira acadêmica. O tratamento é feito por MEIO DE INTERVENÇÕES EXPLICITAS E INTENSIVAS EM LEITURA, que diferem de acordo com o tipo de dislexia. 


Fonte: SCHENINI, Fátima.Dislexia não compromete a inteligência. Portal do Professor

sábado, 18 de abril de 2009

ESTUDAR É PRECISO

O que é ser inteligente?
O que é ser burro?
Será que esses carimbos que se aplicam a animais e pessoas são fiéis à realidade?
Leia o texto de Rubem Alves e reflita.


TROPEÇÕES DA INTELIGÊNCIA

Há a história dos dois ursos que caíram numa armadilha e foram levados para o circo. Um deles, com certeza mais inteligente que o outro, aprendeu logo a se equilibrar na bola e a andar no monociclo, o seu retrato começou a aparecer em cartazes e todo o mundo batia palmas: "Como é inteligente". O outro, burro, ficava amuado num canto, e, por mais que o treinador fizesse promessas e ameaças, não dava sinais de entender. Chamaram o psicólogo do circo e o diagnóstico veio rápido: "É inútil insistir. O QI é muito baixo...".
Ficou abandonado num canto, sem retratos e sem aplausos, urso burro, sem serventia... O tempo passou. Veio a crise econômica e o circo foi à falência. Concluíram que a coisa mais caridosa que se poderia fazer aos animais era devolvê-los às florestas de onde haviam sido tirados. E, assim, os dois ursos fizeram a longa viagem de volta.
Estranho que em meio à viagem o urso tido por burro parece ter acordado da letargia, como se ele estivesse reconhecendo lugares velhos, odores familiares, enquanto seu amigo de QI alto brincava tristemente com a bola, último presente. Finalmente, chegaram e foram soltos. O urso burro sorriu, com aqueles sorrisos que os ursos entendem, deu um urro de prazer e abraçou aquele mundo lindo de que nunca se esquecera. O urso inteligente subiu na sua bola e começou o número que sabia tão bem. Era só o que sabia fazer. Foi então que ele entendeu, em meio às memórias de gritos de crianças, cheiro de pipoca, música de banda, saltos de trapezistas e peixes mortos servidos na boca, que há uma inteligência que é boa para circo. O problema é que ela não serve para viver.

ALVES, Rubem. Estórias de quem gosta de ensinar. São Paulo: Cortez, 1987. p12-3.

RECORDANDO: O gênero textual tradicionalmente conhecido como FÁBULA é uma narrativa em que, geralmente, as personagens são animais representando seres humanos e que procuram passar ao leitor uma lição de moral. Rubem Alves, em 1987, escreveu uma fábula com caracteristicas atuais e moderna. Uma importante reflexão sobre quem é inteligente e quem não é...